sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Negro, estiloso e lindo!





Oi, irmãos!

Lendo o título do post e vendo à foto, vocês devem estar pensando que o post é pra falar do Lazaro Ramos ou pra elogia-lo, bem, embora ele seja negro, estilo e lindo, essa não é a intenção. Hoje vou falar sobre a dificuldade que algumas pessoas aparentam ter ao nos chamar de lindos/bonitos/elegantes, quero falar do negro que passa anos ouvindo "você é tão estiloso", mas dificilmente um "você é tão lindo".

Sabemos que estamos inseridos em uma sociedade que menospreza a maioria das nossas características físicas, nosso cabelo, nosso nariz,  cor dos olhos e pele, são exemplos de características nossas que são desvalorizadas. Começamos a ouvir desde muito cedo que nosso cabelo é "duro" e "ruim", e com isso crescemos com essa ideia fixa de que nosso cabelo é algo a ser corrigido, algo que precisa ficar "bom". Não me lembro a primeira vez que ouvi piadas a respeito do meu nariz, mas sei que foi desde muito cedo, lembro que quando eu estava na sexta série, havia uma menina muito linda em minha sala, o apelido dela era Leide, e um dia Leide me falou algo que até hoje eu não esqueci, ela disse assim: "Você tem um rosto bonito mas o seu nariz acaba com você". Na época eu encarei como um elogio, acho que fiquei até feliz, estava muito submerso a tudo que a sociedade dita/ditava e também acreditava que meu nariz era o que me "acabava". Perante essa realidade, é comum encontrarmos pessoas usando lente de contato, fazendo cirurgia plástica pra diminuir o tamanho do nariz e alisando o cabelo, todos esses são meios que a sociedade criou para ser um método de embranquecimento e "robotização" dos indivíduos.

O importante dizer nesse post é que somos lindos, somos estilosos mas antes de sermos estilosos, somos lindos, é importante dizer isso à nossas crianças, temos que acabar com à formação de gerações que crescem acreditando serem feias, acreditando que já nasceram inferior a pessoas brancas. Temos uma boca maior, um nariz maior, cor dos olhos mais fortes e escuros, um cabelo que nem precisa de babyliss pra ser enroladinho e uma história de pura luta e resistência, logo, só temos motivos para nos orgulhar de quem somos e de quem descendemos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Os aplicativos de encontros e o gay negro

E aí, manas!!!



Bem, como eu disse no post de ontem, hoje irei abordar algumas questões e virar o barco para a direção dos temas que pretendo abordar. O primeiro assunto que falarei  aqui será algo que vivenciei a pouco tempo (o que será bacana porque estarei falando de algo o qual tenho vivência), recentemente eu resolvi baixar dois aplicativos de relacionamentos, o scruff e o tinder, ambos aplicativos de interação social, o scruff exclusivamente para gays e o tinder, esse último você pode escolher se quer conhecer homens ou mulheres. À crítica que eu tenho a esses aplicativos é sobre à funcionalidade dele para nós, gays negros, esses aplicativos estariam funcionando como facilitadores das interações sociais? Acredito que para nós, não. 

Na semana passada eu fiz um teste no aplicativo scruff, tirei a minha foto do perfil e coloquei apenas informações como: cor, idade, altura e peso. Algumas pessoas liam o perfil antes de vir falar comigo, outras não. A maioria das pessoas que liam e vinham falar comigo, tinham a absoluta certeza de que eu era ativo e  estava pronto para um sexo selvagem, alguns mais ousados já chegavam mandando fotos eróticas. Logo após, eu retirei a cor e deixei só as outras informações e apareceram alguns caras dispostos a conversar (mesma quantidade de quando tinha a cor no perfil), o papo fluía no ritmo bom, como duas pessoas dispostas a se conhecer melhor mas, quando começavam as perguntas sobre as características físicas e chegava na pergunta "inevitável" sobre a cor/etnia e eu respondia com um "NEGRO", a velocidade das respostas diminuíam e eu automaticamente não era mais um perfil interessante. Com isso ficou ESCURO  pra mim que, nossa cor, nossa etnia, é algo que afasta os caras, só aproxima quando tem associação com o sexo animalesco, selvagem. Irmãos, esses aplicativos em sua maioria das vezes, não nos contemplam. Não posso generalizar, pois, estaria sendo burro, mas em sua maioria, não nos contemplam. 

Conversando com um amigo sobre isso, ele relatou pra mim que ele nunca coloca "negro" no perfil e muito menos responde dessa forma quando lhe é questionado sobre sua cor, ele me disse que sempre prefere responder com um "moreno", pois, embora ele não soubesse falar sobre isso da forma a qual estou falando, ele conseguia sentir o afastamento das pessoas quando ele respondia que era "negro" ou algumas vezes ele mesmo sentia como se estivesse se diminuindo ao responder assim. Irmãos, respondam "negro" com orgulho, não abram mão da sua identidade negra em prol de prováveis (?) paqueras de aplicativo. Sejam sempre negros e nunca morenos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Olá, galera!


É, esse é o primeiro de muitos posts que eu espero fazer nesse espaço. A intenção desse blog é compartilhar com o mundo e principalmente com homens e meninos negros e gays, minhas experiências e impressões do mundo em que vivemos, tenho a intenção de também discutir a forma com a qual a sociedade nos enxerga e quais espaços estamos ocupando dentro da mesma. Primeiramente não irei me identificar por não saber ao certo o limite dos assuntos que conversarei por aqui, na verdade, acredito que não quero ter limite, quero poder ser livre e conversar um pouco de tudo com vocês. Quero desde já comunicar que estarei sempre aberto a sugestões, contribuições e criticas. Sobre mim, basta saber que sou um jovem de 23 anos, gay, negro, nordestino e orgulhoso. HAHA abraços e amanhã provavelmente já começarei a postar conteúdo.

Sejam todos bem vindos!!!